domingo, 7 de agosto de 2011

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO = O GATO E A BARATA =

O GATO E A BARATA



A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com um pouco de vinho, tinha sido largado a um canto da cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu – se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu – se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de suas aflição, do alto do copo.

- Gatinho, meu gatinho – pediu ela – , me salva, me salva. Me salva que assim que eu sair eu deixo você me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva.

- Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato.

- Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo.

O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada.

- Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Você disse que deixaria eu comer você inteira.

- Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. – E você é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma barata velha e bêbada?



Moral: Ás vezes a autodepreciação nos livra do pelotão.



(Millôr Fernandes. Fábulas fabulosas. 8. ed. Rio de Janeiro, Nórdica, 1963. p. 15-6.)



1.Quais as personagens das fábula?


2.O que aconteceu à barata?


3.O que fez ela, quando se viu presa dentro do corpo?


4.Segundo o autor, por que o vinho subiu logo à cabeça da barata?


5.Que faz o gato ao ver a aflição da barata?


6.Vendo – se salva, como age a barata? Como reage quando o gato lhe cobra a promessa?


7.Explique a moral da fábula com suas palavras.


1.Você concorda com a moral do texto? Justifique sua resposta, procurando ilustra –la com um fato de que tenha tido conhecimento ou que tenha acontecimento com você.